sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sobre o Genoma Humano


Para melhor compreender sobre o Genoma Humano, além de ler o artigo Projeto Genoma Humano e Ética (Mayana Zatz, 2000), fiz uma pesquisa na internet e nessa busca encontrei artigos assaz interessantes: só um exemplo, os cientistas constataram que o ambiente ao nosso redor tem um papel crucial no desenvolvimento das características da personalidade humana, caindo por terra a teoria que a personalidade humana estaria estritamente ligada ao genoma. Fiquei também a saber um pouco da história do genoma humano. Já no sec. XIX, cientistas começaram a se interessar pelos genes e hereditariedade humana mas só em meados do sec.XX é que se começa a investigar e pesquisar mais o genoma humano. Em 1953, James Watson e Francis Crick descobrem como é feita a molécula de ADN e dai para cá foi um sem parar de descobertas e descodificações de genes humanos.

O gene do câncer foi dos primeiros a ser investigado e também foi descoberto que o genoma humano contém menos genes que inicialmente previstos. Outro dado interessante é que com a descodificação do genoma humano, os cientistas vieram a descobrir que negros, brancos, asiáticos, são tão diferentes entre si como o são nas suas próprias etnias, acabando assim o racismo, “Essencialmente somos todos gémeos” (Craig Venter, geneticista-Celera). É pena que só a genética reconheça esse fato.
E outros muitos dados também importantes e interessantes. Em relação ao artigo, Projeto Genoma Humano e Ética posso dizer o seguinte. O avanço da ciência tem trazido muitas vantagens para o desenvolvimento da humanidade. A descoberta e consequentemente descodificação do ADN humano foi sem dúvida um dos maiores avanços da ciência moderna. Poder identificar doenças que até então não se sabia sua origem e porquê só determinadas pessoas as desenvolviam, veio facilitar e possibilitar o seu diagnóstico e seu tratamento. Veio salvar a vida de uns, melhorar a vida de outros. Uma pessoa que tenha histórico de família de determinada patologia, poderá assim saber se é ou não portador, quais as probabilidades de vir a sofrer mais tarde dessa mesma patologia, se ela é hereditária, optar ou não por ter descendência. Mas estaria ela psicologicamente preparada para lidar com tais fatos?

Como ficaria uma família que descobrisse que certa doença genética afecta mais que um membro da família e ela é hereditária e as futuras gerações correm o risco de desenvolver essa doença? Deixaria de se reproduzir ou deixava nas mãos de Deus? E será que se culpariam por ter feito tal escolha?
O saber que toda essa informação está disponível, o poder de escolher fazer ou não testes de ADN é muito bom para o futuro de muitas pessoas. Com o seu avanço, o Projeto Genoma Humano tem vindo a dar respostas a uma grande parte da população e dando-lhe ao mesmo tempo soluções. Por exemplo, um casal que pretenda ter filhos, sabe que há histórico de família de determinada doença genética, opta por fazer teste de ADN e verifica que a probabilidade é alta de o bebé nascer portador do gene causador da doença, pode recorrer á ajuda da ciência para que isso não aconteça. Mas será isso ético? Será que não estariam interferindo com a natureza? Mas por outro lado pergunto, seria ético deixar nascer uma criança com uma doença, vê-la sofrer e não só ela como toda a família, sabendo de ante mão que poderíamos evitar todo esse sofrimento? Se um determinado país decide ter um banco de dados de DNA da sua população, essa informação seria muito útil para identificar supostos culpados de crimes também salvar outro de crimes que lhe foram incutidos, mas principalmente usar essa mesma informação para beneficio da população em geral, visto que há doenças genéticas ou não que são mais características de certos grupos populacionais como câncer, alcoolismo, suicídio, transtornos de comportamento, etc. Mas por outra parte, não seria perigoso esse mesmo banco de dados, caso esse país ou comunidade tivesse um líder/es que usasse essa mesma informação para alimentar sua megalomania? Explico, certo líder governamental de um pais que possuísse um banco de dados de DNA da sua população usasse essa mesma informação para criar uma sociedade perfeita, sem doenças, indesejados, uma população toda geneticamente perfeita, facilmente manipulável. Raça perfeita. Não era esse o sonho de Adolf Hitler? E quantos Adolf Hitler podem surgir? Outro aspeto seria a privacidade e direito de escolha. Não estariam a ser violados se as companhias de saúde, seguros pudessem ter acesso a essa informação, nos impedindo ou negando seus serviços porque não lhes é conveniente ou pouco lucrativo? Todos temos direito a ter um trabalho/emprego, e se as empresas tivessem conhecimento de que determinado candidato tem probabilidades de vir a desenvolver uma doença degenerativa que o impossibilitasse de desempenhar suas funções, iria ela o contratar? Creio que não. O Homem desde que é Homem não parou de se desenvolver e evoluir, a descoberta do genoma humano é , creio, mais uma etapa da sua evolução.

Todo este conhecimento nos foi dado para o usarmos sabiamente e corretamente em prol na nossa evolução como raça. Para mim a ética está ai. Há os que acreditam que é anti-ético explorar e usar a informação do genoma humano para assim interferir com a natureza humana, porque esse campo pertence a Deus. Mas pergunto, se a Deus pertence o desígnio da nossa espécie e nós não podemos interferir então porquê Ele nos deu esta inteligência e capacidade de descobrir a nossa própria existência e seu funcionamento? Mas o debate se é ético ou não continuará, leis surgirão e a ciência continuará avançando, fazendo novas descobertas. Isso faz parte da Humanidade, é imparável.

Autora: Maria José Chaskelmann

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

aaaaai mil desculpas pelo comentario acima a verdade é que eu estava tentando a horas comentar o texto e por algum motivo nao tava dando pra postar, dai eu fiquei puto e coloquei essas blasfemias foi mal chaskelmann.. achei o texto o maximo vc é super talentosa!
por favor apague o comentario acima

Anônimo disse...

Devido às várias pesquisas realizadas na área da genética foi descoberto que existem alguns genes que influenciam no comportamento humano, como no caso da psicose maníaco-depressiva, esquizofrenia e até mesmo a predisposição ao alcoolismo. O tratamento de pessoas portadoras desses genes se tornaria mais fácil? Seria feito uma prevenção desde a infância de forma a inibir as manifestações desses genes? Como ficaria a imagem de uma pessoa, perante a sociedade ou consigo mesma se ficasse sabendo que teria uma pré-disposição a ser um alcoólatra? Outro fato polêmico é a possibilidade da manipulação genética para determinar o sexo dos bebês. Levando em consideração o simples fato de a escolha ser meramente de gosto pessoal, poderíamos causar no futuro, um desequilíbrio na quantidade entre homens e mulheres? Mas por outro lado poder-se-ia identificar doenças, que são determinadas pelo sexo e assim evitá-las?
Em resumo as pesquisas estão sendo feitas e as e as questões éticas sobre a forma de comercializar e lidar com todo um mundo de informações a esse respeito estar cada vez mais em pauta. Esperamos, que com o passar do tempo, sejam esclarecidas todas as questões éticas sociais e que possamos nos beneficiar com as descobertas feitas até aqui e também com as que estão por vir. Ótimo texto muito esclarecedor!

Thiago Terceiro de Araujo Roque
psicologia/noite